quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quem não tem medo?



Marlene B.Cerviglieri



Todos nós temos os nossos medos, principalmente quando pequenos.
Muitas coisas não compreendemos e nos assustam alem de criarmos nossas fantasias.
João Vitor era um garotinho muito querido por todos na família, especialmente os avôs que eram chamados vô João e vô Vitor.
Os dois contavam estórias e faziam muitas brincadeiras com o netinho que ultimamente andava triste.
Resolveram os dois ficarem uma tarde com o neto para ver se poderiam ajudá-lo.
Assim sendo os dois brincaram a tarde toda com o garoto até que conseguiram conversar com ele.
-Meu querido diga para nós o que esta deixando você tão tristonho?
-Eu não estou triste, apenas não quero ir dormir em minha cama, e a mamãe não deixa mais eu ir dormir com ela.
-Deve haver alguma coisa que impede você de ir dormir na sua cama.
Seu quarto é tão bonito e foi feito especialmente para você!
-Sei disso, vô João e vô Vitor , mas mas...tenho medo!
-Só isso disseram os dois.
-É tenho medo de ficar no meu quarto.
-Cada um de nós tem uma estória para te contar.
-Conta você primeiro João.
-Bem disse João você sabe que um dia eu também já fui criança como você?
-Claro né vô e sei que um dia vou ficar idoso como você.
-Esperto este meu menino.
Bem vou te contar a estória de minha cama e de meu medo.
-Aprumaram-se os três para ouvi-lo.
-Eu tinha um quarto não muito grande mas eu gostava dele.
-Porém comecei a ouvir uns ruídos estranhos, e não sabia o que era.
-Fiquei acordado prestando atenção e não conseguia saber o que era..
-O medo foi tomando conta de mim e me encolhi todo na cama me enrolei nos lençóis.
-No dia seguinte falei com minha mãe, e não quis ir dormir no meu quarto.
-Pedi e ela consentiu que eu dormisse no quarto dela.
-Foi muito bom dormi a noite toda sem medo e sem ouvir nada.Mas a noite seguinte, meu pai me levou para meu quarto e disse-me que tinha estado lá e não ouviu nada e não tinha nada.
-Fiquei apavorado mas fiquei no quarto e me enrolei nos lençóis e logo mais tarde comecei a ouvir os ruídos novamente.
-Chorei esperneei e naquela noite não fui para o quarto sozinho.
Meu pai foi dormir comigo e levou um colchonete, e ficou junto de mim.
-No inicio dormimos.
De repente comecei a ouvir o barulho.
Desci da cama de mansinho e chamei papai que dormia.
-Papai, papai.
-Os dois juntos ficamos atentos, eu tremia de medo.
-Para minha surpresa papai foi até a anela abrindo-ª
-Chamou-me e rindo me mostrou os galhos de uma enorme t trepadeira que o vento balançava e raspava na janela!
Este era o barulho que criara o medo em mim...
-Fiquei tão contente quando papai me abraçando disse-me:
-Vou te contar a minha estória agora, de medo é claro.
-Como você também fui criança um dia e tive meus medos.
-Chorava a noite e não queria ir para minha cama.
Claro é melhor ficar com o papai e mamãe.
Mas cada um tem sua cama seus lençóis seu lugarzinho para suas fantasias.
Um dia você vai entender isto.
-Bem.minha mãe me levou para a cama e me disse:
-Filho , hoje cedo eu sacudi is teus lençóis e pedi para todos os espíritos brincalhões ou os que gostam de assustar irem embora.Faço isto toda manhã quando arrumo teu quarto.Você mesmo pode fazer isto quando eles te incomodarem.Arrume a cama novamente e estique bem os lençóis, você vai dormir na hora.
Vamos fazer já para você ver como é.E assim sendo minha mãe desarrumou a cama novamente e disse.Saiam todos daqui deixem meu menino dormir em paz , arrumando minha cama todinha.
-Dormi profundamente aquela noite e todas as outras, sempre que preciso sigo o que minha mãe me ensinou.
-Portanto meu caro netinho faça o mesmo, arrume a cama novamente do seu jeitinho e espante todos os fantasminhas.
-Que bom vô é uma idéia. Vou fazer isto.
-João e Vitor se entreolharam e mais tarde comentaram-Se todos conseguissem espantar os fantasminhas de suas camas que bom seria.Mas desde cedo é que se ensina a enfrentá-los não é mesmo?
-O medo criado e o fantasma imaginado.
-Quanto ainda a aprender
...
E assim João Vitor consegui dormir sem medo lembrando e pondo em pratica a lição do vô João.

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